Pelas x horas, alguém sai de casa a pensar: - onde vais tu? Mas, mais depressa se perguntava como respondia: - vou viver, sentir o que desejo.
O transito invadia o caminho, chovia... e pensava no olhar, no cheiro, no toque de alguém...
Sentia um arrepio...tão bom!
Chegado ao local destinado...estacionou o veículo, saíu dele e suspirou.
Sentiu a natureza, o som da força das águas que se faziam ouvir e debruçou-se no muro, com o seu chapéu de chuva na mão e pensava para consigo próprio: - quem passar e me vir aqui irá pensar que sou uma pessoa maluca.
Mas, abstrai-se disso e sente o silêncio contrastado com o ruído da água do rio, o cantar do pássaro e só era interrompido pelo movimento dos automóveis na estrada.
Olhou o céu, estava quase como desejava...mas faltava-lhe a chuva cair...queria mesmo ficar ali com o chapéu de chuva na mão, fechado e sentir a chuva a cair-lhe no corpo, queria molhar-se...vibrava com aquela sensação...boa.
Tremia, cada vez que um carro se aproximava e tentava mesmo sózinho sentir a presença de alguém que não viera, e relembrava partes de certos encontros passados...
O tempo foi passando, eram já x horas e sabia agora que ela não viria mesmo e pensava o quanto era bom sentir aquela adrenalina, se vem ou não vem.
E quando se aproximava do carro para se ir embora, algo o parou, a luz de um candeeiro fundiu...sorriu, como se tratasse de um sinal.
Deixou-se ficar por mais uns minutos, mas queria deixar um sinal, uma marca de presença, para que ela soubesse que ele sempre estivera naquele local, olhou para o chão, viu um tubo e mudou-o de sitio.
Está na hora de acordares, pensava... entra no carro, liga o rádio e de novo uma música leva-o às nuvens, do sitio onde ele não queria sair, pelo menos naquele instante...
No regresso a casa, ainda tinha a esperança de se poder cruzar com alguém que tanto desejara...e o destino levou a que se cruzassem, num sitio onde muitos se cruzam...um cruzamento...viu...tremeu...pararam...ela falou-lhe e ele não prestava atenção ao que ela dizia. Pensava como era linda, e na vontade que tinha naquele momento de a beijar...mas não estavam no local mais apropriado, mas, mesmo assim, sentiu-se realizado...porque a viu, cheirou, sentiu-lhe o toque mesmo que tenha sido apenas por breves instantes.
Ambos tiveram que ir de volta aos seus mundos reais...
E ambos adoraram aquele tão pequeno grande momento de des(encontro) perfeito!