Com o passar dos anos, reparo que os meus sonhos são cada vez menos frequentes.
Talvez porque durmo menos tempo do que dormia há uns anos atrás e no nosso subconsciente são precisas umas determinadas horas para despertar esse pequeno bocado que está alojado no nosso cérebro e que parece ganhar vida enquanto dormimos, levando-nos para determinados locais e com determinadas pessoas que nem sequer ousamos imaginar enquanto acordados, às vezes até imaginamos...mas avançando.
Por outro lado, noto que os poucos sonhos que tenho são cada vez mais intensos...mais cheios de significado, tanto que me conseguem deixar a pensar durante o dia o porquê de ter sonhado aquilo com aquela certa pessoa.
É durante o sono que as nossas memórias são fixadas na mente. E foi neste sonho que uma dessas memórias gravadas deu protagonismo a uma nova história, que mais parece um filme:
Eram conhecidos há já alguns anos, mas com o passar do tempo e pelas vicissitudes da vida distanciaram-se. Passaram anos sem se verem, até que um dia e graças às redes sociais que hoje temos, reencontraram-se, começaram a falar do que tinham feito até então e combinam um encontro.
Em pouco tempo deu para perceber que parecia que já não havia aqueles anos todos de distanciamento, e é impressionante esta sensação.
Conversam e brincam com o jogo das palavras, o que pode causar um certo perigo...mas mesmo assim continuam, aquilo fornece-lhes um certo prazer.
Como é que dois seres de sexos opostos parecem identificarem-se tão bem perante aquilo que conversam e estranhamente ausentes durante tantos anos.
Nada incomoda estes dois seres, estão completamente sozinhos e isso despertou não em apenas num, mas nos dois...aquela sensação de dejavu...e ambos pensam o que seria se....
Não é bem se....mas sim, foi.
A conversa em instantes desapareceu, deixou de haver tema, sentiu-se um silêncio profundo e sentiu-se de perto o respirar de cada um, onde se fez sentir os corpos a encostarem-se um no outro.
Beijaram-se lentamente, nem dando tempo para usar o pensamento e perguntarem-se o que estariam a fazer. Preferiram tirar partido do momento aproveitando cada desenrrolar de língua, aproveitando cada impulso, aproveitando cada sensação transmitida pelo outro.
Acabado aquele beijo que parecia ter demorado muito tempo, olharam-se meio envergonhados ao mesmo tempo que largaram um sorriso de safadeza.
Ele queria continuar, ela queria que ele continuasse. Ele não queria tomar as rédeas sózinho, ela queria que fosse ele a dar o primeiro passo.
Mas, o primeiro passo já estava dado. O beijo. Poderia não ter significado nada e ter parado tudo por ali. Mas ambos sentiam vontade e desejo que aquilo não ficasse assim.
Então, os corpos juntaram-se de novo, num segundo beijo mais arrebatador, começam simultâneamente a despirem as suas roupas e entregando os seus corpos um ao outro.
Respirava-se desejo, e pensavam na loucura que estavam prestes a cometer.
Estavam num ponto onde já não havia maneira de voltar atrás, desejavam muito isso, sentiam a curiosidade em saber no que aquilo poderia resultar.
Resultou num encaixe perfeito entre dois corpos desejosos que se alimentavam do prazer obtido.
Depois da fase em que o sonho deixa de existir no nosso sono........acabamos por acordar e recordar o que se passou durante a noite no nosso subconsciente, outras não recordamos absolutamente nada, mas ficamos com a sensação de que sonhamos na mesma e continuamos a sonhar acordados...este sim é o meu sonho preferido...quando me sinto completamente acordada, com os meus sentidos todos apurados.