Estava eu a almoçar com umas amigas há uns tempos atrás, num restaurante bastante movimentado onde entra todo o tipo de gente, das mais variadas profissões.
Eramos 4 mulheres à mesa, no qual fomos reparando e comentando muito disfarçadamente quem passava ao nosso lado (somos do piorio), pensam vocês. Mas era quase inevitável não observar.
Sim, não pensem que são só os homens que "cuscam " os rabos do sexo oposto que lhes passam ao lado, nós também gostamos de ver e apreciar. Até podemos ser casadas, mas não estamos mortas.
Conversa vai, conversa vem e as minhas companheiras babavam-se todas com um fulano da mesa da frente que, por sua vez não parava de olhar para nós.
Tinha aspeto e perfil de ser bancário, todo engravatado, de fato bem passado e com um olhar de engatatão, reconheço.
Elas todas espevitadas com aquele pedaço de homem, que a mim nada me dizia. Senti-me desfocada daquela conversa, e pensava baixinho que aquele homem não fazia mesmo nada o meu estilo.
Tenho uma forte queda para outro estilo de homem.
Duas das minhas amigas já estavam num patamar bem mais avançado e já se imaginavam o que fariam com ele, onde e como.
Dirigem-se a mim e perguntam: "E tu Palomina, não dizes nada acerca daquele pedaço de pão?"
"Meninas, acalmem os vossos animos, estamos num restaurante e sinceramente prefiro este pedaço de broa que estou a comer. Aquele tipo aí é demasiado aprumadinho para os meus gostos, tem cara de que quando está com uma mulher, nem um bom minete deve fazer para não se despentear, e quando chega a hora de tirar a roupa, deve ser do género que coloca a roupa toda direitinha em cima de uma cadeira...ahhhhh, desculpem-me lá...meninas, eu prefiro homens que atiram a roupa pelo ar, pelo chão, sem se importarem com isso, mas já que estamos a falar nisto, por acaso já repararam naquele rapagão, lá em baixo, que está sentado com mais 2 homens??"
"Aquele que tem aspeto de trolha?" - perguntavam-me.
Não, ele não tem aspeto de trolha, mas sim, aspeto de quem dá umas belas fodas...observem só aquele olhar de el matador, e aquelas mãos!" - dizia-lhes eu. "E se for trolha, que mal tem?"
Elas continuavam:" Não...deve cheirar a cavalo!
"Muito bem, pois eu cá preferia um que cheira a cavalo, do que um que toma banho de perfume, porque se há coisa que não gosto é de estar a lamber um pau e não sentir o sabor dele, só porque o dono decidiu embebedá-lo de uma fragrancia qualquer do Paco Rabanne. E o cheiro a cavalo sai, com um bom banho, o perfume nem sempre." - continuava eu.
Nisto, o tal que tinha aspeto de ser bancário, dirige-se à nossa mesa, talvez para meter conversa, pedindo lume. Ao qual respondi que ali ninguém fumava, e uma das minhas amigas diz: "eu já fumei, agora, só snifo perfumes masculinos de preferência dos de Paco Rabanne".
Ele, com aquele ar de engatatão comenta: "por acaso é o perfume que uso, se quiser tomar café comigo um dia destes, terei todo o gosto em dar-me a snifar!"
Fez-se um pouco de silêncio...e eu pensei para com os meus botões:
"E assim se começa um engate!!"
