Passa-se dor de cabeça e garganta.
Quem estiver interessado é só deixar referido no comentário deste post.
Obrigado.
Acumulo vontade e desejo de estar contigo...
Acumulo a pressa da entrega recíproca...
Acumulo arrepios constantes ao relembrar...
Que...
Te quero...
Te desejo...
Te imploro...
Anda...
Vamos...
Não demores mais!
Arde-me a pressa...
E naquele canto só nosso.
Os nossos corpos dançam...
Sentem...
Reajem...
Respondem a estímulos de prazer.
Quero muito...
Tocar-te...
Ouvir-te...
Cheirar-te...
Sentir-te...dentro e fora de mim.
Usa e abusa...sem piedade...
Sacia esta vontade...
Incansável, de te querer...
Mais e mais e mais!
Há muitos, mas muitos anos atrás (também tantos não, porque não sou assim tão velha quanto isso), era eu uma moça disponível e liberta, sem qualquer tipo de "amarra", quando à saída do autocarro, um amigo espera-me e diz-me: "gostava muito de falar contigo agora, pode ser?"
"- Sim" - respondo-lhe com ar curioso e apreensivo, pela cara dele vi que seria assunto sério.
"- Sabes, há muito que ando para te dizer isto, mas hoje ganhei coragem e aí vai...gosto muito, mas mesmo muito de ti, conheço-te há muito tempo e fascina-me olhar-te, adoraria namorar contigo, és a mulher que eu queria ter ao meu lado um dia..."
Fiquei sem palavras, muda por alguns minutos, não esperava aquilo dessa pessoa, eramos amigos, mas nunca vi essa amizade para além disso.
"- Não dizes nada?" - pergunta-me ele.
"- Sim...digo...m...mas....apanhaste-me de surpresa..." - respondo-lhe eu sem saber o que dizer ao certo. Não o queria magoar, mas na realidade não nutria por ele o mesmo sentimento que ele nutria por mim na altura.
Calmamente, olhos nos olhos, disse-lhe: "- gosto muito de ti, somos amigos e espero que continuemos a sê-lo, mas nao quero nada mais além da nossa amizade."
"- Porquê, se estás disponível?" - pergunta-me ele. "Podemos tentar ao menos?" - insistia, indignado.
"- Não, desculpa, mas não, assim não quero."
Ele, com as lágrimas a cairem-lhe pelo rosto abaixo dizia: - "Podes até não ser minha um dia, mas se não o fores, também não quero mais nenhuma mulher, não quero mesmo"!
"- Não digas isso, ainda temos a vida toda à nossa frente e muita coisa irá acontecer" - tentava eu animá-lo em vão.
O meu coração ficou tão destroçado quanto o dele, e fiz um esforço enorme para não chorar também.
O meu não, apenas serviu para que nos afastassemos, não por iniciativa minha, mas dele, respeitei a decisão.
Os anos foram passando, (cerca de 16,17) a minha vida já organizada com tudo o que uma mulher pode desejar, continua, anda para a frente.
Mas a dele...
Num destes dias, ao vê-lo novamente, numa rua da minha cidade, cabizbaixo, abatido, triste...venho a confirmar que a vida dele já não é vida...que decidiu enveredar por outros caminhos, não sendo eles os mais saudáveis, vicíos incompreeensíveis...e de longe, sinto um aperto cá dentro, ao vê-lo naquele estado míseravel, sentindo-me culpada desta visão.
Voltei acompanhada pela chuva...que...
Desperta em mim uma certa nostalgia...
Do que vivi e do que não vivi no passado!
Do que viverei e do que nao viverei no futuro!
Sinto saudades...
Sinto frio...
Sinto fome...de ti!!
Sinto-te distante...
Mas quem se ausentou fui eu...
Reconheço!!!
Queria ter-te aqui...
Para me agasalhares o corpo...
E podermos sentir os dois a chuva lá fora...
Com o calor dos nossos peitos, cá dentro.
Eu sou feita de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
...amores mal resolvidos..
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros